PORTAL RIO MADEIRA – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acelerou a liberação de R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Só na terça-feira (9), quando a Corte retomou a análise do caso, foram pagos R$ 2,3 bilhões, o maior volume em um único dia em 2025.
Segundo dados oficiais da Transparência, o valor representa a 9ª maior liberação diária da série histórica (sem considerar a inflação). O recorde ocorreu em dezembro de 2024, com R$ 5,8 bilhões.
Estratégia política em meio à anistia
A medida ocorre em um momento em que o Centrão pressiona para levar a plenário a proposta de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. O Planalto busca fortalecer sua base e conter o avanço do projeto, considerado uma ameaça direta às condenações já impostas pelo STF.
A expectativa é que o governo continue liberando recursos nos próximos dias para garantir apoio suficiente e enterrar a proposta de perdão a Bolsonaro.
Perfil das emendas pagas
Do total de R$ 3,2 bilhões liberados nas duas semanas do julgamento:
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R$ 2,9 bilhões (91,3%) foram emendas individuais, que costumam gerar retorno político direto aos parlamentares.
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R$ 142 milhões (4,3%) vieram de bancadas estaduais.
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R$ 80,8 milhões (2,4%) de comissões temáticas.
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R$ 60,2 milhões (1,85%) de emendas do relator do Orçamento.
Congresso em foco
O Planalto teme que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), leve a proposta de anistia a votação em plenário. Enquanto parte do Centrão se alinha à oposição, outra ala defende votar o projeto para derrotá-lo de forma definitiva.
Para o governo, o desafio é garantir que esse segundo grupo seja maior e se una à base aliada, garantindo a rejeição do perdão aos condenados pela tentativa de golpe.
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Fonte: Portal Rio Madeira