PORTAL RIO MADEIRA – Em meio à escalada militar no Oriente Médio, o Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma resolução que autoriza o bloqueio do Estreito de Ormuz, a principal rota de escoamento de petróleo do planeta. A medida, que ainda depende da aprovação do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, já está provocando reações em mercados globais e setores estratégicos da economia mundial.
O estreito, por onde circulam mais de 20 milhões de barris de petróleo por dia, representa cerca de 27% do comércio marítimo mundial de petróleo e quase um quarto do fornecimento global. O impacto direto nas importações energéticas de países como China, Japão, Coreia do Sul e Europa é inevitável. O volume diário que passa por Ormuz ultrapassa US$ 1,5 bilhão, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
A medida foi anunciada em retaliação aos bombardeios realizados pelos EUA no sábado (21), que atingiram instalações nucleares iranianas. Em resposta, Teerã declarou que a liberdade de navegação só será mantida se os interesses estratégicos do país não forem violados.
Apesar da tensão, o mercado ainda opera com alta volatilidade. O barril do tipo Brent, que havia subido nos últimos dias, registrou queda nesta segunda-feira (23), refletindo a incerteza dos investidores sobre a concretização do bloqueio.
Historicamente, o Irã já ameaçou fechar o estreito em outras ocasiões, como nos anos 1980, mas nunca efetivou o bloqueio completo. No entanto, analistas alertam que o cenário atual é diferente, com o risco real de conflito direto envolvendo Israel e Estados Unidos.
Se o bloqueio for implementado, os reflexos serão imediatos: disparada no preço da gasolina, diesel, gás e eletricidade, colapso nas cadeias logísticas e novo impulso à inflação global — um cenário comparável aos choques de oferta enfrentados na pandemia e na guerra na Ucrânia.
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Fonte: Portal Rio Madeira