PORTAL RIO MADEIRA – Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (10) que “golpe não existiu”, ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar depoimento no inquérito que investiga uma tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
A declaração foi feita a jornalistas antes das 9h, enquanto o ex-presidente se dirigia ao segundo dia de interrogatórios do processo que apura suposto plano de golpe de Estado. “Não sei qual vai ser o humor do ministro, do PGR. O golpe não existiu”, afirmou Bolsonaro.
Ele também rebateu as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a possibilidade de um decreto de Estado de Sítio. “Antes de assinar qualquer coisa, tem que convocar os conselhos. E o parlamento tem que dar o ok”, completou.
O depoimento marca o primeiro embate direto entre Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes. No dia anterior, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestou depoimento por quase quatro horas. Delator no caso, Cid relatou as intenções golpistas do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o incômodo gerado no então comandante do Exército, general Freire Gomes.
Segundo Cid, Garnier teria colocado as tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro, o que teria irritado Gomes: “O general ficou chateado porque transferiram a responsabilidade para ele”, disse o tenente-coronel.
Também ouvido na segunda-feira, o ex-diretor da Abin e atual deputado Alexandre Ramagem negou qualquer ação da agência para fraudar urnas ou monitorar autoridades. Ele rebateu o uso do sistema First Mile, citado pela PF, como prova contra ele.
O STF dedicou toda a semana aos interrogatórios. Serão ouvidos oito réus no total:
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Mauro Cid (ex-ajudante de ordens);
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Alexandre Ramagem (ex-chefe da Abin);
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Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
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Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
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Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
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Jair Bolsonaro (ex-presidente);
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Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
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Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022).
As oitivas seguem sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, com foco na apuração da tentativa de golpe que teria sido articulada no fim do mandato do ex-presidente.
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Fonte: Portal Rio Madeira/CNN