PORTAL RIO MADEIRA – O governo federal publicou nesta quarta-feira o decreto que fixa o salário mínimo de 2026 em R$ 1.621, valor que começa a valer a partir de 1º de janeiro. O ajuste representa aumento de R$ 103 em relação ao piso atual, de R$ 1.518. Os trabalhadores e beneficiários vinculados ao mínimo já receberão o valor atualizado nos pagamentos de fevereiro.
Como funciona o reajuste
O salário mínimo é o menor valor que pode ser pago a um trabalhador com carteira assinada no país. Pela Constituição, deve ser corrigido ao menos pela inflação para preservar o poder de compra.
Nos últimos anos, o piso voltou a ter aumento real, ou seja, acima da inflação. Com o decreto publicado, o reajuste de 2026 aplica:
• a inflação acumulada medida pelo INPC (4,18%)
• mais alta real limitada a 2,5% pelo arcabouço fiscal
Com a soma, o piso chega aos R$ 1.621.
Quem é impactado
Segundo o Dieese, o salário mínimo serve de referência para 59,9 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais como o BPC. A atualização também reflete em benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e pisos de categorias vinculadas ao mínimo.
Regras e limites da política de valorização
A fórmula atual considera a inflação do ano anterior e parte do crescimento do PIB, limitado pelo teto de 2,5%. Caso apenas a inflação fosse aplicada, o salário mínimo iria para cerca de R$ 1.582. Com a valorização real permitida pela legislação, chega a R$ 1.621.
Impacto fiscal do reajuste
O aumento pressiona as contas públicas, já que benefícios previdenciários e assistenciais não podem ser inferiores ao mínimo. O Ministério da Fazenda calcula que cada R$ 1 de reajuste gera despesa adicional de aproximadamente R$ 420 milhões no ano.
Assim, o acréscimo de R$ 103 representa impacto estimado em R$ 43,2 bilhões em 2026.
Debate sobre sustentabilidade
Economistas apontam que o aumento real do salário mínimo eleva o poder de compra dos trabalhadores, impulsionando a economia, mas também reduz espaço para gastos discricionários do governo. O debate deve seguir ao longo de 2026, especialmente diante do crescimento das despesas obrigatórias.
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Fonte: Portal Rio Madeira


