PORTAL RIO MADEIRA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja internado nesta quarta-feira (24) para realização de uma cirurgia na quinta-feira (25). O procedimento foi solicitado pela defesa após laudo médico apontar agravamento de um quadro de hérnia inguinal bilateral.
O que motivou a autorização
A decisão de Moraes se baseia em perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que concluiu que Bolsonaro apresenta:
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hérnia inguinal em ambos os lados da virilha;
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crises persistentes de soluço e tosse crônica;
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piora progressiva do quadro, com risco de agravamento caso não haja intervenção.
Embora a cirurgia seja classificada como eletiva — ou seja, não emergencial — os peritos recomendaram que fosse feita “o mais breve possível”.
Acompanhamento autorizado
O ministro autorizou exclusivamente a presença de Michelle Bolsonaro como acompanhante durante a internação.
A defesa havia solicitado que os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro também tivessem acesso liberado como visitantes secundários, pedido que foi negado.
O que é a hérnia inguinal
A hérnia ocorre quando parte do conteúdo interno do abdômen atravessa um ponto enfraquecido da parede muscular, formando um abaulamento.
Quando o problema ocorre dos dois lados, o diagnóstico passa a ser hérnia inguinal bilateral.
Segundo a perícia, o quadro do ex-presidente se agravou devido ao aumento da pressão abdominal provocado por soluços e tosse persistente.
Situação jurídica de Bolsonaro
Bolsonaro está custodiado na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, após violar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Ele admitiu ter tentado abrir o dispositivo com um ferro de solda.
Três dias depois, Moraes determinou que o ex-presidente iniciasse o cumprimento da pena de mais de 27 anos de reclusão, em regime fechado, por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Na decisão que autorizou a cirurgia, o ministro reiterou que Bolsonaro não tem direito à prisão domiciliar, destacando a gravidade dos crimes pelos quais foi condenado e a liderança exercida em uma organização criminosa citada na investigação.
Próximos passos
Com a autorização formal, a internação ocorrerá na quarta-feira (24) e o procedimento cirúrgico será realizado no dia seguinte. Após a cirurgia, Bolsonaro deve permanecer sob custódia médica e policial até liberação clínica.
stf
Fonte: Portal Rio Madeira / G1 / STF


