PORTAL RIO MADEIRA – As apreensões de ouro ilegal no Brasil atingiram 447,09 kg em 2025, segundo dados da Polícia Federal. O volume representa aumento de 344% em relação ao ano anterior e reforça a expansão das rotas de escoamento do minério extraído de forma irregular na Amazônia. Roraima lidera o ranking nacional com 213,69 kg apreendidos.
Roraima domina estatísticas e registra apreensão recorde
A maior operação do ano ocorreu em Boa Vista, quando 103 kg de ouro avaliados em R$ 61 milhões foram interceptados pela Polícia Rodoviária Federal. O caso, o maior da história da PRF, resultou na prisão do empresário Bruno Mendes de Jesus, condenado a quase nove anos de prisão.
Além de Roraima, os principais estados no acumulado do ano são:
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Amazonas – 73,71 kg
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São Paulo – 46,74 kg
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Pará – 40,28 kg
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Rondônia – 6,95 kg
No total, mais de 345 kg das apreensões ocorreram na Amazônia Legal.
Fiscalização reforçada amplia apreensões
Segundo a PF, o aumento está relacionado à intensificação das operações e ao fim da presunção de boa-fé na comercialização do ouro, substituída por exigências de nota fiscal eletrônica e rastreamento mais rígido.
Outro fator é o uso de Roraima como rota para a Venezuela e a Guiana, onde a venda do minério é permitida. De acordo com o delegado Caio Luchini, parte significativa do ouro apreendido no estado não tem origem local, mas chega pela fronteira para ser comercializado.
Rotas terrestres são alvo de operações
As investigações identificam o uso recorrente das BR-401 e BR-174 como principais corredores para o transporte do ouro. Em várias apreensões, barras estavam escondidas em compartimentos de veículos conduzidos por motoristas que simulavam viagens familiares para tentar escapar da fiscalização.
Ouro apreendido passa por perícia em Brasília
Todo o material é encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística, onde o projeto Ouro Alvo realiza análises que ajudam a identificar a origem exata do minério, inclusive em áreas de garimpo ilegal e terras indígenas.
Problema histórico na região amazônica
Pesquisadores apontam que a logística do ouro ilegal em Roraima faz parte de um processo consolidado há décadas, envolvendo redes que organizam extração, transporte e venda. A posição estratégica na fronteira facilita o envio do minério para países vizinhos, onde é misturado ao ouro legal e inserido no mercado internacional.
Foto/Reprodução: imagens da internet
Fonte: Portal Rio Madeira / g1


