PORTAL RIO MADEIRA – A Justiça de Rondônia condenou, na última semana, a advogada Lenir Correia e outros quatro integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) pelo crime de organização criminosa. De acordo com as investigações, o grupo promovia invasões de terras rurais para posteriormente dividi-las em lotes e comercializá-las de forma irregular.
Esquema de invasões e venda ilegal
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco 2) investigou o caso durante a Operação Canaã, deflagrada em sete fases entre 2021 e 2022. Conforme o processo, o grupo estruturava ações para ocupar propriedades privadas, loteava as áreas e comercializava terrenos sob a promessa de futura regularização fundiária.
A investigação revelou que apenas 25% dos lotes eram destinados aos ocupantes, enquanto o restante era distribuído entre os líderes e financiadores da organização. Durante as diligências, foram apreendidos documentos, mapas, munições, equipamentos táticos e registros financeiros que comprovavam o funcionamento do esquema.
Condenações e penas
A sentença determinou a pena de regime semiaberto para os envolvidos. Os condenados e suas respectivas penalidades são:
- Rubens Pereira Braga: 6 anos de reclusão e 20 dias-multa. Identificado como líder da organização, responsável pelo planejamento e segurança dos acampamentos.
- Lenir Correia: 6 anos de reclusão e 20 dias-multa. Atuava na gestão financeira e administrativa do grupo, além de intermediar a venda antecipada de lotes.
- Claudecir Ribeiro Silveira: 6 anos de reclusão e 20 dias-multa. Coordenava as invasões e a logística interna dos acampamentos.
- Wemerson Marcos da Silva: 4 anos e 6 meses de reclusão e 15 dias-multa. Responsável pela arrecadação financeira e fornecimento de munições.
- Janaine Menegildo Zanella: 4 anos e 6 meses de reclusão e 15 dias-multa. Atuava na manutenção do acampamento e apoio logístico ao grupo.
Outros dois réus no processo, Evaldivino Gonçalves e Erley Tassinari Campista, foram absolvidos por falta de provas.
Posicionamento das partes
A Comissão Pastoral da Terra de Rondônia se manifestou sobre a sentença, alegando que a decisão representa uma criminalização da advocacia popular e da defesa de trabalhadores rurais em situação de conflito agrário.
A defesa de um dos absolvidos, Erley Campista, declarou que conseguiu comprovar a inocência de seu cliente por meio de provas documentais. Já o advogado de Claudecir Ribeiro informou que não irá se pronunciar até que o processo tenha seu curso concluído. Até o momento, os demais condenados não se manifestaram publicamente.
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Fonte: Portal Rio Madeira