PORTAL RIO MADEIRA – Um esboço do plano de paz negociado entre os governos de Donald Trump (EUA) e Vladimir Putin (Rússia) prevê mudanças profundas na configuração territorial e militar da Ucrânia. O documento, composto por 28 pontos, foi revelado por fontes diplomáticas e inclui a cessão das regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia, além do reconhecimento definitivo da Crimeia como território russo.
Cessão de regiões e divisão do território
Segundo o esboço, Donetsk e Luhansk seriam reconhecidas “de fato” como parte da Rússia — inclusive pelos Estados Unidos. Já as regiões de Kherson e Zaporizhzhia seriam divididas com base na atual linha de frente da guerra, consolidando perdas territoriais significativas para Kiev.
O Kremlin afirmou que a Ucrânia tem “pouca margem” para negociar, alegando avanços recentes das tropas russas em várias frentes.
Redução das forças armadas e neutralidade
Outro ponto prevê a redução do Exército ucraniano para 600 mil militares, quase 300 mil a menos que o efetivo atual.
A Ucrânia teria de incluir na Constituição que não ingressará na OTAN, mas continuaria elegível para entrar na União Europeia.
Por outro lado, o texto prevê garantias de segurança semelhantes às da OTAN, incluindo o envio de tropas dos EUA e da Europa em caso de nova invasão. O compromisso, porém, viria com a exigência de que a OTAN não posicione tropas na Ucrânia, deslocando aviões para a Polônia.
Reconstrução financiada com ativos russos
Uma das propostas mais polêmicas prevê que a reconstrução da Ucrânia seja financiada com US$ 100 bilhões oriundos de ativos russos atualmente congelados por sanções internacionais.
Zaporizhzhia reativada e dividida
O rascunho também estabelece que a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, seja reativada sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Sua produção seria dividida: 50% para a Ucrânia e 50% para a Rússia.
Reações dos envolvidos
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vem evitando críticas diretas ao plano, para não tensionar ainda mais as relações com Trump, mas afirmou que o país vive “o momento mais difícil de sua história”.
Líderes europeus — Emmanuel Macron, Keir Starmer e Friedrich Merz — declararam apoio à soberania ucraniana, mas elogiaram a tentativa americana de buscar um acordo.
Fontes diplomáticas afirmam que os EUA chegaram a ameaçar reduzir repasses de armas e inteligência caso Kiev rejeite negociar.
Situação no front
O plano surge no momento em que a Ucrânia tenta conter o avanço de forças russas. Moscou reivindicou a tomada de Kupyansk, enquanto Kiev nega ter perdido a cidade. O Estado-Maior russo afirma estar avançando “em praticamente todas as frentes”.
A Casa Branca afirmou que o texto ainda está em revisão, mas que Trump “apoia integralmente” o plano apresentado.
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Fonte: Portal Rio Madeira | g1


