PORTAL RIO MADEIRA – Em 2022, Nazaré Melo e o marido decidiram participar do projeto Família Acolhedora, destinado a receber crianças que não podem permanecer com suas famílias biológicas. Pouco tempo depois, com a morte do companheiro, o acolhimento se tornou essencial para que ela enfrentasse o luto e encontrasse forças para seguir em frente.
Rotina que vai além dos abrigos
O programa é fruto de parceria entre o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) e a Prefeitura de Porto Velho. Atualmente, 21 famílias fazem parte da iniciativa, que garante o direito à convivência em ambiente familiar a crianças que, muitas vezes, viveram situações de violência em seus lares.
“Por mais que tenhamos nos abrigos pessoas amorosas e responsáveis, eles nunca vão se igualar a uma rotina familiar”, explicou a assistente social Viviane Bertola.
Lições de desapego e recomeço
Para Nazaré, cuidar de cada bebê representa uma lição sobre a importância do apego e do desapego. Ela recorda que, após acolher uma menina, precisou entregá-la à família biológica apenas duas semanas depois da morte do marido. “Foram dois lutos. Mas aprendi que nada é para sempre, e que cada experiência é única e valiosa”, afirmou.
Em três anos, Nazaré já acolheu nove crianças. O filho e amigas, que chama de “dindas”, ajudam na missão que ela pretende continuar: “Se você perguntar se estou arrependida, digo que não. Eu faria tudo de novo e pretendo acolher muito mais, com a permissão de Deus”.
Como participar do projeto
O serviço Família Acolhedora já está presente em Porto Velho e Ji-Paraná. Para ingressar, é necessário passar por capacitação de três dias e realizar cadastro no serviço municipal. As famílias recebem um subsídio de um salário mínimo para suprir as necessidades das crianças. A guarda é concedida judicialmente, conforme explica a juíza Kerley Alcântara, da Vara de Proteção à Infância, destacando que o principal objetivo é individualizar os cuidados e evitar a institucionalização prolongada.
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Fonte: Portal Rio Madeira / g1 Rondônia