PORTAL RIO MADEIRA – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que eleva para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros, atingindo em cheio as exportações de Rondônia, especialmente no setor agropecuário. A medida entra em vigor no dia 6 de agosto e deve causar prejuízos milionários à economia do estado.
De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rondônia exportou US$ 122,7 milhões para o mercado americano apenas em 2024. Os EUA ocupam a quinta posição entre os principais destinos das vendas externas do estado, com 4,7% de participação. A nova taxação compromete diretamente esse fluxo.
A carne bovina desossada e congelada, principal produto enviado aos americanos, movimentou US$ 43,9 milhões em 2023 e será um dos mais impactados. A lista de itens afetados também inclui soja, café, carne fresca e sebo bovino.
A CNI estima que a medida represente uma redução de 0,20% no PIB de Rondônia, o equivalente a R$ 152 milhões que deixariam de circular na economia local. O setor mais atingido será o da indústria de transformação, responsável por 76,6% das exportações rondonienses para os EUA.
Produtos de Rondônia que terão tarifa de 50% nos EUA:
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Carnes de bovino, desossadas, congeladas
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Soja
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Carnes de bovino, frescas ou refrigeradas
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Café não torrado, não descafeinado
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Sebo de bovinos, ovinos ou caprinos
Por outro lado, Rondônia importou US$ 92,7 milhões dos Estados Unidos em 2024, sendo o país o quarto maior fornecedor internacional do estado. Entre os itens comprados estão máquinas agrícolas, aviões, produtos químicos e plásticos. O aumento tarifário pode gerar efeito em cadeia, elevando preços de insumos, pressionando a inflação e comprometendo contratos comerciais.
Impacto será moderado, afirma economista
Apesar das projeções, o economista Otacílio Moreira de Carvalho avalia que o impacto direto sobre Rondônia será limitado, devido à baixa dependência do estado em relação ao mercado norte-americano.
““Para o estado de Rondônia, o impacto está em uma situação de intermediário para baixo, uma vez que os Estados Unidos se configuram nos últimos anos como o quinto ou sexto maior destino das nossas exportações, representando atualmente menos de 5% do total exportado pelo estado.” afirmou
Ele ressaltou que produtos como o café são inelásticos, ou seja, mantêm sua demanda mesmo com aumento de preços, o que pode minimizar os prejuízos.
Quanto ao milho, o especialista explicou que o mercado interno pode absorver o excedente, o que justifica a ausência do produto entre os mais atingidos, segundo o levantamento da CNI.
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Fonte: Portal Rio Madeira