PORTAL RIO MADEIRA – Duas idosas condenadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 voltarão ao regime fechado após violarem, diversas vezes, as regras da prisão domiciliar. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e atinge Iraci Nagoshi, de 72 anos, e Vildete Guardia, de 74 anos.
Iraci Nagoshi, condenada a 14 anos de prisão, teve sua pena convertida para domiciliar em abril de 2025 alegando necessidade de tratamento de saúde. No entanto, segundo dados da Central de Monitoramento Eletrônico de São Paulo, entre abril e junho ela cometeu 966 violações ao monitoramento — incluindo saídas não autorizadas, queda de sinal de GPS e falhas na tornozeleira. Em um único dia, 2 de junho, foram 40 infrações registradas.
Apesar de alertas anteriores do STF, a idosa teria usado a liberdade para frequentar musculação, hidroginástica e pilates, o que extrapolaria o escopo médico autorizado. Moraes afirmou na decisão que tais atitudes demonstram “desprezo pela pena imposta e pelo sistema jurídico”.
A defesa de Iraci alega que os problemas foram causados por falhas técnicas nos equipamentos, e o filho da idosa declarou à imprensa que os números “não condizem com a realidade”.
Já Vildete Guardia, condenada a 11 anos de prisão, descumpriu as regras em pelo menos 20 ocasiões. Embora tenha conseguido a prisão domiciliar por alegada fragilidade de saúde, um laudo médico da Penitenciária Feminina de Sant’Anna, emitido em julho, indicou ausência de necessidade de cuidados especiais fora do sistema prisional.
Com base nesse laudo e nos registros de violações, Moraes determinou, no último dia 7, o retorno de Vildete ao regime fechado — medida que foi executada em 14 de julho.
Em ambos os casos, o STF reforça que qualquer deslocamento, mesmo médico, deveria ser previamente autorizado, o que não foi cumprido pelas sentenciadas.
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Fonte: Portal Rio Madeira


