PORTAL RIO MADEIRA – Um ato público convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de solicitar anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A manifestação teve forte participação de políticos aliados, incluindo lideranças do estado de Rondônia, como os senadores Jaime Bagattoli e Marcos Rogério, além do deputado federal Coronel Chrisóstomo, todos do Partido Liberal (PL).
Lideranças estaduais e nacionais se reúnem em ato político
Além dos representantes de Rondônia, o evento teve a participação de sete governadores: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina). O ato também contou com a presença de parlamentares e dirigentes partidários, como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Segundo estimativa da Universidade de São Paulo (USP) em conjunto com o Cebrap e a ONG More in Common, cerca de 44,9 mil pessoas participaram do ato no seu ponto mais alto, às 15h44. O número foi calculado com base em imagens aéreas captadas por drones e analisadas com o uso de inteligência artificial.
Discursos defendem projeto de anistia e fazem críticas ao STF
Durante a manifestação, foram feitos discursos em defesa do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados com o objetivo de conceder anistia aos réus e condenados pelos atos antidemocráticos. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que há movimentação para colocar a proposta em votação.
Falando ao público, Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, pediu uma “anistia humanitária” e mencionou o caso da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por depredar a estátua da Justiça no STF. Parte dos manifestantes levou batons como símbolo de protesto, em referência à ação de Débora.
Bolsonaro volta a criticar sistema eleitoral e fala sobre inelegibilidade
Em seu discurso, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal e o governo do presidente Lula, além de mencionar novamente sua saída do país no final de 2022. Bolsonaro afirmou que, caso estivesse no Brasil em 8 de janeiro, poderia ter sido preso ou até morto.
Ele também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e defendeu que a sua ausência nas eleições de 2026 “nega a democracia”.
Processo no STF e opinião pública sobre anistia
No mês passado, o STF decidiu tornar Bolsonaro e mais sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado. O grupo foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que os identificou como integrantes do “núcleo central” da articulação golpista.
Apesar da manifestação, uma pesquisa da Quaest divulgada no mesmo dia revelou que 56% da população brasileira é contra a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Apenas 34% se disseram favoráveis à soltura dos presos por diferentes razões, enquanto 10% não souberam ou preferiram não opinar.
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Fonte: Portal Rio Madeira