PORTAL RIO MADEIRA – O ex-chefe da Casa Civil de Rondônia, Júnior Gonçalves, falou pela primeira vez sobre os acontecimentos que antecederam sua exoneração do cargo no último dia 10 de fevereiro. Durante entrevista ao podcast Resenha Política, conduzido pelo jornalista Robson Oliveira, ele abordou disputas internas, desafios políticos e os impactos emocionais vivenciados ao longo de sua trajetória no governo estadual.
Conflitos e pressões políticas
Júnior Gonçalves relatou que enfrentou resistência dentro do próprio governo desde sua nomeação em 2019. Segundo ele, houve tentativas de prejudicá-lo por meio da disseminação de prints falsos que simulavam conversas entre ele, políticos e assessores. “Uma investigação da Polícia Civil constatou que esses diálogos foram forjados dentro de um escritório de advocacia”, declarou.
Nos meses anteriores à sua exoneração, Gonçalves afirmou ter sido alvo de um movimento interno que pressionava por sua saída. “Havia rumores constantes sobre minha exoneração. Nos últimos 40 dias, essas informações eram divulgadas diariamente”, destacou.
Relação com a Assembleia Legislativa
Sobre a articulação política com parlamentares, o ex-secretário negou ter adotado práticas irregulares e afirmou que sua postura sempre foi de diálogo institucional. “O governo precisa manter uma relação participativa com os deputados, que têm demandas trazidas pela população. É natural que haja composição para atender essas necessidades”, explicou.
Quanto às alegações de que teria restringido o acesso ao governador Marcos Rocha, Gonçalves negou. “Eu nunca fui responsável pela agenda do governador. Essa atribuição sempre coube ao gabinete executivo”, afirmou.
Efeitos psicológicos e dificuldades após a saída
Além dos embates políticos, Júnior Gonçalves revelou que enfrentou um período de dificuldades emocionais, especialmente após a reeleição do governador. Ele relatou ter desenvolvido um quadro de depressão e buscado acompanhamento profissional. “Foram quatro anos sob ataques à minha conduta e ao meu caráter. Após a campanha, cheguei a um ponto crítico”, disse.
Outro episódio citado foi sua tentativa de entrar no Palácio Rio Madeira após a exoneração, ocasião em que teria sido impedido por policiais militares. “Fui barrado ao tentar recolher meus pertences e me despedir da equipe. Meu irmão, o vice-governador, precisou intervir para que eu tivesse acesso ao prédio”, contou.
Futuro político e permanência no União Brasil
Atualmente, Júnior Gonçalves segue como presidente estadual do União Brasil, partido do governador Marcos Rocha. Questionado sobre possíveis mudanças no comando da sigla, ele afirmou que, se necessário, consideraria abrir mão da função. “Se for o melhor para pacificar o processo, eu entrego. Mas, neste momento, não vejo necessidade”, pontuou.
Sobre a possível candidatura de seu irmão, o vice-governador Sérgio Gonçalves, ao governo estadual em 2026, Júnior Gonçalves disse que ainda não há definições. “Ele tem um perfil qualificado, mas essa é uma decisão que precisa ser debatida dentro do partido”, finalizou.
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Fonte: Portal Rio Madeira