O sonho de Valdinéia Satil, de 23 anos, sempre foi ser mãe de gêmeos. Quando o teste de gravidez deu positivo em junho de 2024, a jovem e seu esposo, moradores de Buritis (RO), ficaram radiantes. Mas a alegria veio acompanhada de um desafio inesperado: as filhas, Nathaly e Rhadassa, são gêmeas siamesas, compartilhando o mesmo fígado e unidas pelo tronco e abdômen.
Em Rondônia, não há estrutura ou especialistas para lidar com casos tão delicados, o que levou Valdinéia a buscar alternativas fora do estado para garantir um parto seguro e os cuidados necessários para as bebês.
Uma gravidez inesperada e desafiadora
Desde o início, Valdinéia sentia que estava esperando gêmeos, mesmo sem ter confirmação médica. “Sempre tive vontade de ser mãe de gêmeas e imaginava que estava prestes a ser. Eu vivia dizendo para minha mãe: ‘Mãe, estou grávida, e são gêmeas’,” relembrou a gestante. Na décima semana de gestação, o exame de pré-natal confirmou suas suspeitas, mas também revelou que as bebês estavam unidas fisicamente.
A descoberta trouxe uma mistura de emoções para a futura mãe. “A emoção foi tão grande ao descobrir que eu estava mesmo esperando gêmeas, que a ficha demorou a cair de que elas também estavam crescendo unidas,” contou.
O desafio de garantir atendimento especializado
Valdinéia e sua família estão determinados a garantir um nascimento digno para Nathaly e Rhadassa, mesmo diante das dificuldades logísticas e financeiras. A ausência de estrutura em Rondônia para atender casos de gêmeos siameses obriga a jovem a buscar tratamento em outra unidade da federação, onde haja equipes capacitadas e instalações adequadas para lidar com a complexidade do caso.
Apesar dos desafios, Valdinéia mantém a esperança de proporcionar às filhas o melhor cuidado possível, enquanto se prepara para enfrentar as incertezas que a condição rara traz.
Foto/Reprodução: Mateus Santos/g1
Fonte: Portal Rio Madeira