Toda boa ação realizada em benefício dos outros, sem esperar recompensa, pode ajudar a compreender de forma mais consciente o sentido da vida e fazer crescer valores como a solidariedade, a autoestima, a esperança e a empatia, além de aumentar a sensação de liberdade e a força de vontade. Esta é a ideia que move os mais de 48 mil voluntários da Nova Acrópole, escola de filosofia que possui sedes em todos continentes. Neste dia 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntário, data instituída pela Organização das Nações Unidas, a ONU, pessoas em todos os continentes refletem sobre o voluntariado como um caminho de altruísmo e vontade para o desenvolvimento humano.
Em Porto Velho, a Franciele Barreto começou a descobrir este caminho aos xx anos. “O que me moveu foi a bondade. Ver outros voluntários atuando com amor e zelo despertou em mim a necessidade natural de viver esses valores. O voluntariado não é apenas uma ação, mas uma forma de ser e de viver.”
Impacto no desenvolvimento humano
O voluntariado é também um caminho de aprendizado. “Aprendi a conviver melhor com os outros e a perceber o que sou além do meu egoísmo. Para servir, é preciso estar com o coração aberto às pessoas e às circunstâncias. Isso transforma a maneira como nos relacionamos com a vida”, explica Franciele.
Além de aluna, Franciele atua como instrutora do Curso de Filosofia na Organização, e acredita no poder do voluntariado para despertar virtudes, especialmente nos jovens. “É uma ferramenta fundamental para a educação humana. Construir um mundo melhor começa com a construção de nós mesmos. A bondade, a justiça e a beleza são forças intrínsecas que precisam ser expressas. E o voluntariado pode ajudar a despertá-las.”
A necessidade do outro é um convite
As mais diversas atividades como a direção e as aulas das mais de 130 escolas de filosofia da Nova Acrópole no Brasil são realizadas por voluntários, além das ações humanitárias, ecológicas e sociais desenvolvidas.
Em Brasília, por exemplo, um dos projetos desenvolvidos é o Programa Criança para o Bem que há 17 anos atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade de pelo menos três regiões administrativas do Distrito Federal. Boa parte das oficinas que acontecem de segunda a sábado no contraturno escolar são tocadas por voluntários.
A coordenadora do Programa, a voluntária Luiza Koshino, 64 anos, é uma das pessoas que se dedicam profundamente ao projeto. “Ser voluntária é uma forma de participar ativamente da construção de uma sociedade mais generosa, justa e bela”, define, afirmando que o voluntariado a permite ser melhor a cada dia. “Ser voluntário é estar no fluxo da vida, reconhecendo que cada necessidade que surge ao nosso redor é um convite para contribuirmos com aquilo que temos de melhor, deixando nossa marca de serviço no mundo”, disse.
Para a professora Lúcia Helena Galvão, também voluntária da Nova Acrópole há 36 anos, a proposta é “olhar para algo e não pensar para que que isso me serve, mas olhar para algo e pensar como eu posso servir a isso, como eu posso contribuir no caminho das coisas, de tal maneira que elas se aproximem um pouco mais do bem delas.”
Sobre Nova Acrópole
Por meio da atuação de voluntários iniciada em 1957 nasceu a Organização Internacional Nova Acrópole, que hoje se dedica ao ensino de filosofia, a cultura e o voluntariado em dezenas de países.
A Nova Acrópole no Brasil possui status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular o Objetivo 4, que trata da Educação de Qualidade; o Objetivo 16, que trata da Paz, Justiça e Instituições Eficazes; e o Objetivo 17, que trata de Parcerias e Meios de Implementação.
A organização internacional filosófica promove ações humanitárias, ecológicas, projetos sociais e educativos. Conforme a própria instituição, ela trabalha para melhorar o mundo e o ser humano por meio da Filosofia Aplicada, uma proposta que busca oferecer respostas aos problemas contemporâneos. “Qual os principais desafios da Humanidade hoje? Fome, miséria, conflitos? Ou seria falta de fraternidade, justiça, bondade entre outros valores humanos?”, argumentam.