PORTAL RIO MADEIRA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou nesta terça-feira (23) a tribuna da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para enviar um recado direto aos Estados Unidos e à comunidade internacional. Em seu discurso, Lula afirmou que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável” e acusou a extrema-direita de fomentar ações contra o Brasil.
A fala ocorre dias após a Casa Branca anunciar sanções contra exportações e autoridades brasileiras, atingindo inclusive familiares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as medidas, foram revogados vistos da esposa e dos filhos do ministro Alexandre de Moraes, além de restrições impostas ao advogado-geral da União, Jorge Messias, e a outras cinco pessoas.
As sanções foram aplicadas no âmbito da Lei Magnitsky, e, segundo analistas, representam uma resposta de Washington à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF, que determinou pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em tom firme, Lula disse que “não há pacificação com impunidade” e ressaltou que a sentença contra Bolsonaro demonstra maturidade institucional:
“Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas. O Brasil deu um recado claro: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.”
Lula também acusou setores externos e internos de conspirarem contra a estabilidade do país, classificando os críticos do STF como “falsos patriotas subservientes e saudosos de antigas hegemonias”.
O presidente esteve acompanhado de uma ampla comitiva ministerial, incluindo Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente), Márcia Lopes (Mulheres), Jader Barbalho (Cidades), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Com o discurso, Lula abriu oficialmente a Assembleia Geral, mantendo a tradição do Brasil de ser o primeiro país a falar no evento anual da ONU.
Foto/Reprodução: CanalGov
Fonte: Portal Rio Madeira