PORTAL RIO MADEIRA – O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) revelou um cenário alarmante nas principais unidades de saúde de Porto Velho, após fiscalizações realizadas neste domingo (13). Os alvos da operação foram o Pronto-Socorro João Paulo II, o Hospital de Base Ary Pinheiro, o Hospital Infantil Cosme e Damião e o Cemetron. Os relatórios apontam falhas graves de infraestrutura, carência de profissionais e falta de materiais básicos.
As inspeções fazem parte do programa de Fiscalizações Permanentes na Saúde, e resultaram em registros fotográficos, coleta de documentos e depoimentos de servidores. Os relatórios já foram enviados ao Governo do Estado.
João Paulo II: superlotação e equipamentos quebrados
No maior pronto-socorro do estado, o caos é visível. Corredores viraram leitos improvisados, o aparelho de raio-X continua inoperante e equipamentos como tomógrafo e ventiladores estão parados. A estrutura do hospital está em estado crítico, com infiltrações, banheiros inutilizáveis e falta até de material básico de higiene. Em vez de papel, panos coletivos eram usados para secar as mãos.
Cosme e Damião: falta de servidores e estrutura precária
O hospital infantil enfrenta superlotação e ausência de servidores em diversos plantões. Equipamentos seguem quebrados e sem manutenção, com ar-condicionado ainda sem funcionar mesmo após fiscalizações anteriores. A limpeza da unidade e o esforço da enfermagem foram os únicos pontos positivos registrados.
Hospital de Base: grávidas aguardam no corredor
No Ary Pinheiro, faltam profissionais para atender a demanda obstétrica. Pacientes em trabalho de parto estão sendo deixadas nos corredores. A UTI Neonatal opera com equipe mínima, sem sala de recuperação anestésica. Faltam itens básicos como gaze, luvas e termômetros. O local também apresenta vazamentos e sanitários danificados.
Cemetron: equipamentos abandonados e apagões
Referência em doenças infectocontagiosas, o Cemetron opera com um único aparelho de gasometria. Outros equipamentos estão largados a céu aberto ou expostos nos corredores. Faltam reagentes, o raio-X está desativado e a unidade sofre com quedas frequentes de energia. O abrigo de resíduos virou depósito e o lixo comum fica ao ar livre.
População apoia fiscalização
Profissionais e usuários elogiaram a atuação do TCE. A técnica de enfermagem Janaina Rodrigues declarou: “É onde está a esperança de todos”. O motorista Lucivaldo da Costa disse: “Dá orgulho ver que alguém está fiscalizando”.
A servidora Santa Spagnol, que coordenou a ação, afirmou que o objetivo é garantir melhores condições para usuários e trabalhadores da saúde. O auditor Leonardo Costa reforçou: “Nosso papel é fiscalizar e cobrar soluções do governo”.
Urgência por ações concretas
O relatório do TCE reforça o colapso no sistema de saúde estadual e exige resposta rápida do Governo de Rondônia. A população e os profissionais da saúde esperam medidas emergenciais para evitar um colapso ainda maior nas unidades hospitalares.
Foto/Reprodução: imagens da internet
Fonte: Portal Rio Madeira/Tribunal de Contas do Estado de Rondônia