PORTAL RIO MADEIRA – O Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para proibir o uso de PMMA (polimetilmetacrilato) em procedimentos estéticos. A substância, amplamente utilizada como preenchedor, tem sido associada a graves complicações de saúde, incluindo reações severas e óbitos.
O documento, respaldado por posicionamentos de entidades como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), enfatiza que o uso indiscriminado do PMMA no Brasil constitui um problema de saúde pública. Em 2024, a SBCP já havia reforçado a necessidade de banir a substância para fins estéticos, citando riscos elevados.
Indicações restritas e irregularidades
Atualmente, o uso do PMMA no país é autorizado pela Anvisa apenas para duas indicações específicas: a correção de lipodistrofia causada por antirretrovirais em pacientes com HIV/AIDS e a correção volumétrica facial e corporal em pequenas quantidades. Ainda assim, o uso da substância deve ser restrito a médicos treinados e habilitados.
Entretanto, o CFM apontou que normas têm sido frequentemente desrespeitadas, com aplicações realizadas por profissionais não médicos e em volumes excessivos, contrariando as recomendações de segurança. O uso do PMMA em áreas como glúteos, não indicado pela bula do produto, tem gerado complicações graves para os pacientes.
Alternativas mais seguras
No documento, o CFM destacou que o PMMA, embora utilizado em tratamentos reparadores, vem sendo progressivamente substituído por materiais considerados mais seguros, como o ácido polilático, a hidroxiapatita de cálcio e a lipoenxertia autóloga. Essas alternativas, amplamente adotadas em outros países, apresentam melhor perfil de segurança.
A Anvisa confirmou o recebimento do pedido do CFM e informou que está analisando as informações apresentadas.
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Fonte: Portal Rio Madeira