PORTAL RIO MADEIRA – O Parque Estadual de Guajará-Mirim, localizado entre os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, segue enfrentando invasões de terras e extração ilegal de madeira. Durante ações da Operação Verde Rondônia, equipes do Corpo de Bombeiros encontraram motosserras e combustíveis escondidos em áreas de mata, indicando atividades de retirada clandestina de árvores.
Pressão sobre a unidade de conservação
Com cerca de 220 mil hectares, o parque é considerado uma das áreas mais relevantes de preservação em Rondônia, abrigando ecossistemas de cerrado e floresta tropical. No entanto, a área sofre constantemente com desmatamentos ilegais, queimadas e disputas territoriais. Em anos anteriores, brigadistas e agentes ambientais já chegaram a ser alvo de ataques durante o combate a incêndios criminosos.
Situação de outras áreas protegidas
O caso não é isolado. Em todo o estado, unidades de conservação vêm enfrentando situações semelhantes. A Reserva Extrativista Jaci-Paraná, por exemplo, teve sua ocupação irregular alvo de debates judiciais após a aprovação de uma lei estadual que anistiou infrações ambientais e regularizou parte da área explorada. A medida também excluiu penalidades a produtores rurais que adquiriram mercadorias oriundas da região.
Fiscalização e combate ao desmatamento
Somente em 2025, a Operação Verde Rondônia já registrou mais de 1.400 ocorrências de queimadas em diferentes regiões do estado. Os bombeiros militares também realizaram centenas de vistorias e apreensões de equipamentos usados para a exploração ilegal de madeira, além de destruir pontes clandestinas construídas por invasores para acessar áreas de floresta nativa.
Rejeição de recursos adicionais
As ações de combate poderiam ganhar maior alcance com a aprovação do Projeto de Lei nº 803/2025, que destinava R$ 10 milhões à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sedam). O valor seria aplicado em diárias de fiscais e operações de monitoramento. Apesar de parecer favorável nas comissões, a proposta foi rejeitada em plenário da Assembleia Legislativa no dia 26 de junho e arquivada. Apenas os deputados Eyder Brasil (PL) e Cláudia de Jesus (PT) apoiaram a continuidade da matéria.
Repercussões ambientais e econômicas
A negativa ocorre em um momento em que Rondônia figura entre os estados da Amazônia com maiores índices de desmatamento. A falta de investimentos em proteção ambiental pode gerar impactos além das fronteiras regionais, afetando exportações brasileiras, já que a União Europeia e outros países impõem restrições comerciais a produtos associados ao desmatamento.
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Fonte: Portal Rio Madeira