PORTAL RIO MADEIRA – A condução da criação da nova Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e de Desenvolvimento do Município de Porto Velho (ARDPV) pela Câmara Municipal tem gerado descontentamento e questionamentos por parte da sociedade civil. O motivo é a falta de transparência do presidente da Casa, vereador Gedeão Negreiros (PSDB), que mantém em sigilo os nomes dos indicados para os cargos de direção da autarquia. A votação das indicações está marcada para ocorrer em sessão extraordinária remota nesta quarta-feira, 4 de junho, sem qualquer divulgação prévia dos nomes à população.
Sete diretorias, nenhuma explicação
A estrutura da ARDPV prevê sete cargos de direção de alto nível:
1. Diretor-Presidente
2. Diretor Vice-Presidente
3. Diretor Jurídico
4. Diretor Administrativo e Financeiro
5. Diretor de Regulação Econômica e Tarifária
6. Diretor Técnico e Operacional
7. Diretor de Desenvolvimento e Sustentabilidade
Apesar da importância estratégica da nova agência, que atuará na regulação de serviços essenciais como transporte, saneamento e resíduos sólidos, os nomes seguem ocultos, sem qualquer justificativa por parte da presidência da Câmara.
Suspeitas de favorecimento
Nos bastidores, Gláucia Negreiros, esposa do presidente da Câmara, é mencionada como possível indicada para uma das diretorias da agência. Ainda que ela não ocupe cargo público atualmente, a especulação sobre sua nomeação reacende debates sobre nepotismo indireto e aparelhamento da estrutura pública com base em interesses familiares.
A ausência de critérios técnicos divulgados, a não publicação de currículos e a tentativa de votação remota acelerada geraram forte reação da sociedade. A pressa e o sigilo levantam questionamentos sobre o compromisso institucional da Câmara com o princípio da impessoalidade e da responsabilidade pública.
Transparência em xeque
A criação de uma agência reguladora exige capacidade técnica, imparcialidade e diálogo público, requisitos até agora ausentes na condução do processo por Gedeão Negreiros. O que a população esperava era uma sabatina pública, debate aberto e exposição das qualificações dos nomes sugeridos. Em vez disso, o que se vê é um processo fechado e distante do controle social.
População quer saber: quem são os escolhidos?
Sem respostas do presidente da Câmara, os cidadãos questionam: a quem interessa manter os nomes escondidos? A sociedade tem o direito de saber quem irá comandar políticas públicas que impactam diretamente seu cotidiano. A falta de transparência pode comprometer a credibilidade da agência desde sua origem, transformando o que deveria ser um instrumento de regulação moderna em mais um episódio da velha política de favorecimentos.
Até o momento, Gedeão Negreiros não se pronunciou publicamente sobre o assunto, tampouco apresentou esclarecimentos à imprensa local.
Foto/Reprodução: imagens da internet
Fonte: Portal Rio Madeira