PORTAL RIO MADEIRA – O distrito de Nazaré, situado na margem esquerda do rio Madeira, na foz do rio Aponiã, enfrenta mais uma cheia severa, que inundou casas, igrejas, comércios e áreas de plantio. A situação levou à suspensão das aulas e à mobilização da Defesa Civil estadual e municipal, que tem atuado no atendimento às famílias afetadas com fornecimento de alimentos, atendimento médico e distribuição de água potável.
Repetição de inundações expõe fragilidade da ocupação
Com o avanço das águas, boa parte da comunidade segue isolada ou com dificuldades de acesso. A localização das construções em áreas mais baixas, às margens do rio, tem sido apontada como fator determinante para os prejuízos, que se repetem a cada período chuvoso mais intenso. Diante da frequência das inundações, moradores, técnicos e autoridades avaliam a necessidade de reestruturação habitacional em áreas menos vulneráveis.
Apesar da resistência de parte da população, motivada pelo valor histórico, afetivo e cultural da comunidade, a reincidência dos danos materiais e emocionais tem levado alguns residentes a se mudarem para terrenos mais elevados.
Tradição ribeirinha e mudanças no território
Nas comunidades da Amazônia, os rios representam mais que vias de transporte — são elementos centrais da cultura local, refletindo nos modos de vida das populações tradicionais. Entretanto, especialistas apontam que os impactos das mudanças climáticas têm tornado os ciclos de cheias mais imprevisíveis, o que exige repensar o padrão de ocupação urbana e rural.
Projetos de reassentamento que respeitem a identidade cultural dos ribeirinhos e ofereçam moradias seguras vêm sendo defendidos como alternativa viável para minimizar os riscos.
Exemplo de Porto Velho pode inspirar novas ações
Na capital Porto Velho, experiências anteriores mostraram que é possível alocar famílias de áreas de risco em conjuntos habitacionais planejados, preservando a dignidade e qualidade de vida da população afetada por enchentes. Especialistas sugerem que esse modelo seja adaptado e aplicado nas localidades do Baixo Madeira, aliando segurança com a preservação dos vínculos comunitários.
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Fonte: Portal Rio Madeira