PORTAL RIO MADEIRA – A precariedade do saneamento básico tem gerado impactos diretos na saúde da população, especialmente na região Norte, onde milhares de pessoas enfrentam dificuldades no acesso à água potável e tratamento adequado de esgoto. Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, a ausência desses serviços tem sido um fator determinante para o aumento das internações hospitalares relacionadas a doenças de veiculação hídrica, como diarreia, hepatite A, leptospirose e febre tifoide.
Alta incidência de doenças na região Norte
Em 2024, o Norte do país registrou 344.435 internações por doenças ligadas à contaminação da água, com os grupos mais vulneráveis sendo as crianças de até 4 anos e os idosos acima de 60 anos. Somente entre os menores de 5 anos, foram contabilizados 12.598 casos, enquanto entre os idosos o número chegou a 4.333 hospitalizações.
Além das internações, a região apresentou altos índices de incidência de doenças relacionadas ao saneamento inadequado que não exigiram hospitalização. Foram registrados 86.738 casos entre crianças de 0 a 4 anos, 27.006 entre 5 a 9 anos e 21.744 entre idosos. A taxa de incidência em crianças de até 4 anos foi de 53,7 casos por 10 mil habitantes, sendo um dos índices mais elevados entre todas as faixas etárias.
Impactos do saneamento precário
A falta de acesso a água tratada e redes de esgotamento sanitário tem gerado desafios para o sistema de saúde, sobrecarregando unidades hospitalares com atendimentos evitáveis. De acordo com os dados do Instituto Trata Brasil, 90 milhões de brasileiros vivem sem tratamento de esgoto, enquanto 32 milhões não têm acesso à água potável.
O estudo também revela que o cenário se repete em outras regiões do país. No Nordeste, por exemplo, o número de hospitalizações entre crianças até 4 anos chegou a 26,1 mil, o maior índice nacional. Já no Sudeste, foram registradas 16,2 mil internações entre crianças pequenas e 33,3 mil entre idosos.
Necessidade de avanços no saneamento
Especialistas alertam que a ampliação dos serviços de saneamento básico é fundamental para reduzir as doenças causadas pela falta de infraestrutura adequada. Além de contribuir para a saúde da população, a universalização desses serviços impacta diretamente a qualidade de vida, o desenvolvimento infantil e o bem-estar dos idosos.
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Fonte: Portal Rio Madeira