PORTAL RIO MADEIRA – O prefeito de Ji-Paraná, Affonso Cândido (PL), revelou nesta quarta-feira (22) que o município enfrenta o desafio de pagar uma dívida de mais de R$ 160 milhões, proveniente de um empréstimo realizado pela gestão anterior através do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal.
Segundo o prefeito, o município arca atualmente com R$ 1,045 milhão em parcelas mensais, sendo R$ 524 mil apenas em juros, que são progressivos e tendem a aumentar com o tempo. O financiamento, que originalmente somava R$ 60 milhões, já teve R$ 57 milhões gastos em 96 parcelas contratadas. No entanto, o pagamento foi iniciado há pouco tempo, e 90 parcelas ainda precisam ser quitadas.
“Hoje, não temos mais o dinheiro para investir em saúde, educação e infraestrutura. Infelizmente, essa dívida compromete o orçamento do município e afeta diretamente os serviços essenciais para a população,” destacou Affonso.
Destino do empréstimo e impacto financeiro
O empréstimo foi autorizado pela Câmara Municipal de Ji-Paraná (CMJP) em fevereiro de 2022, com a justificativa de financiar a instalação de iluminação urbana em LED e insumos para obras de pavimentação. Contudo, o prefeito atual questiona o destino e a aplicação dos recursos, pedindo maior transparência sobre os investimentos realizados.
De acordo com o contrato, a garantia para o pagamento das parcelas foi vinculada ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), uma das principais fontes de receita de Ji-Paraná. Essa decisão impacta diretamente o orçamento disponível para áreas prioritárias.
“Esse valor, que poderíamos investir em saúde e educação, infelizmente vai para o pagamento dessa dívida. É uma herança da gestão passada que estamos trabalhando para administrar da melhor forma possível,” afirmou Affonso.
Repercussão e planejamento futuro
A dívida, segundo o prefeito, exigirá um planejamento orçamentário rigoroso nos próximos anos para evitar que o município perca a capacidade de honrar compromissos básicos com a população. A administração atual também promete apurar como os recursos do Finisa foram aplicados e buscar alternativas para minimizar os impactos no orçamento público.
O caso já gerou discussões entre lideranças locais e pode influenciar as decisões futuras em relação à gestão de recursos e empréstimos no município.
Foto/Reprodução: Bruno Perazzoli
Fonte: Portal Rio Madeira